digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, novembro 29, 2017

Seguram as flores

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O dia tem vinte e quatro horas, demoradas em sessenta minutos e aguentados durante sessenta segundos.
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Escusam os optimistas de outra coisa dizerem saber, porque os pessimistas têm razão por natureza, ou não fosse a humanidade um ajuntamento de erros.
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Talvez se soubessem, os confiantes – surdos aos sábios – poderiam ganhar conserto, os anos bissextos são acertos dos minutos curtos do girar da Terra.
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Os optimistas não voam – diferentemente dos artistas, na sua perfeição e virtuosidade, nem esvoaçam ou levitam, porque são, por índole e temperamento, pessimistas.
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Contudo caem. Condenados amam – na gravidade e no seu vazio – deixando-se inclinar.
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Por decência exacta, a Lei da Gravitação Universal vale quanto o dinheiro sem ouro.
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E, por ironia, na Lei da Relatividade Geral fica por dizer o préstimo do tempo, do espaço e da velocidade – não fossem os atrasados de relógio e a quantidade de optimistas.
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Não há ciência para explicar o amor – naufrágio e glória. Tampouco estado de confiança.
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Os optimistas amam no amor. Os sempre-noivos seguram as flores para.

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