digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, dezembro 11, 2017

Estive a pensar

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Há uma lua de sábado. Estive a pensar.
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A índole não se apazigua no quatro mágico. Há outro quarto, invisível e sentível.
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O sábado é naturalmente ungido.
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O sábado é naturalmente perverso.
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O outro quarto, sem nitidez – nem permissão – a quem não se deixa acreditar.
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Quase terra, para quem se tolera – o labirinto prolífico das palavras na cabeça.
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Nem lua nova nem lua cheia. É outra lua, aquela do avoar das bruxas e do entusiasmo dos bichos recusados.
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Lua sem papel.
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A lua sentível ao pagão e ao sacerdote.
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A lua da extravagância dos gatos.
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A lua de quem baptiza de lua o gato.

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